Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 891-1 | ||||
Resumo:Escherichia coli enteropatogênica atípica (aEPEC) possui grande importância como agente causador de diarreia, sendo sua presença caracterizada em diversas espécies de animais. EPEC atípicas não produzem a fímbria BFP, característica nas EPEC típicas, fato que sugere a participação de outras adesinas, fimbriais e não fimbriais, no processo de adesão e colonização das células epiteliais intestinais do hospedeiro. A demonstração da virulência destas cepas é importante para a confirmação de seu potencial patogênico e zoonótico. O modelo de interação com G. mellonella tem se mostrado
promissor nesta avaliação. No presente estudo foi avaliada a interação de três cepas aEPEC isoladas de cães, cepas 21 (O51:H40) e 47 (sorotipo O156:H4-) e cepa 77 (O117:H40), positivas para os genes codificantes de adesinas lpfA, ecpA e fimH, com larvas de G. mellonella após inoculação
intracelomática, tendo como parâmetros a taxa de sobrevivência das larvas e a contagem de hemócitos ao longo do tempo. Foram incluídas como controles, uma cepa aEPEC H1 de origem humana (O51:H40) e a cepa K12(DH5α). Todos os testes foram realizados em triplicata. As amostras foram cultivadas, a partir de estoques mantidos a -20°C, em caldo soja triptona (TSB) a 37°C sob agitação
por 4 horas. O inóculo foi padronizado em tampão fosfato (PBS) até se obter uma suspensão bacteriana de 107 UFC/mL. Posteriormente, uma alíquota de 10μL de cada cepa foi inoculada, com o auxílio de uma seringa de microvolume diretamente na hemocele de larvas de último estágio. As larvas infectadas foram mantidas à 37°C em placas de Petri identificadas, sem alimentação. A sobrevivência foi monitorada a cada 24 horas por até 96 horas após a infecção. Para a quantificação de hemócitos, 10μL de hemolinfa foram transferidos para microtubos contendo anticoagulante, sendo a contagem realizada em uma câmara de Neubauer sob microscopia óptica. Os ensaios mostraram que as larvas inoculadas com as cepas 21 e 77 exibiram uma menor taxa de sobrevivência (46,8% e 43,8%,
respectivamente) permitindo a caracterização de perfil de “virulência moderada”. A amostra 47 e a cepa controle H1 por sua vez, apresentaram perfil de “baixa virulência” (Figura 1). Todas as cepas provocaram redução na quantidade de hemócitos nas larvas infectadas quando comparadas a larvas inoculadas apenas com PBS. As cepas 21, 77 e H1 provocaram uma hemocitopenia mais acentuada (Figura 2). O modelo de interação utilizado permitiu a distinção de cepas aEPEC exibindo um perfil de maior virulência Palavras-chave: aEPEC, modelo invertebrado, relação patógeno-hospedeiro, zoonoses Agência de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico- CNPq; Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro, Brasil (FAPERJ- E-26/210.103/2020; E26/205.057/2022), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Brasil |